Resenha: Com “Aquele que tem os pés inchados” Azul Celeste retorna ao FIT com releitura contemporânea do Mito de Édipo

Com “Aquele que tem os pés inchados” Azul Celeste retorna ao FIT com releitura contemporânea do Mito de Édipo

Um texto baseado no Mito de Édipo escrito por Jorge Vermelho, uma receita quase infalível para um espetáculo provocante, impactante e hipnotizante. É isso que de fato acontece em “Aquele que tem os pés inchados”, novíssimo trabalho da Azul Celeste financiado pelo Proac SP que faz estreia nacional no FIT Rio Preto 2025.

Na peça a tragédia grega é levada para um subúrbio brasileiro, com a linguagem contumaz nas comunidades e personagens do dia a dia de todo brasileiro que convive com a tradição iorubá. A trama se passa basicamente em um bar, onde tudo acontece ao longo de quase 2h00, que a plateia mal vê passar, tamanha atenção que o desenrolar da história e interpretação dos atores nos faz ter.

O confortável espaço, a sede da própria Azul Celeste, funciona muito bem para o que se propõe: plateia reduzida, intimista e clima envolvente. Receita muito apreciada por amantes da arte teatral e que nos leva para dentro de tudo que acontece no “palco”.

Projeções, aromas, sons, trilha sonora e interação, nos lembram rapidamente que é uma adaptação do século 21 e como quase tudo em nossa volta tem se transformado em uma velocidade acachapante.

O final já conhecido por quase todos, mas redundantemente chocante, mostra que tudo foi muito bem pensado por Jorge Vermelho e muito ensaiado pelo grupo, característica inclusive já conhecida do modus operandi do diretor: esmero e extremo cuidado nos detalhes.

Depois que tudo acaba, todos os personagens estão na porta nos aguardando para um cumprimento, saímos por onde entramos e logo no lembramos que estamos em Rio Preto. E como isso é bom, saber que temos arte/interpretação desse nível em nossa cidade. Como é bom ter FIT, como é bom ter Jorge, como é bom!

Evoé. Jerryer Nunes.






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